Estamos no km 41 do Rio Douro, a contar da sua foz. Ele, que até aqui chegar já percorreu centenas de quilómetros, faz parte da nossa identidade.
Quando nasce chama-se Duero – nos picos da Serra de Urbión, a 2160 metros de altitude. Dali até à foz, aos pés da cidade do Porto, contam-se praticamente 900 kms (a maioria em terras espanholas, mas também em águas internacionais e, no seu percurso final, em Portugal).
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Nesses tantos quilómetros que o rio tem, atravessa zonas de uma diversidade incrível – seja no que toca ao clima, às paisagens, às suas gentes e à sua gastronomia.
Por isso, arriscamos dizer que, gastronomicamente, o Rio Douro é o rio mais interessante da Europa, onde estamos permanentemente em contacto com os eixos da gastronomia ibérica: o azeite, os queijos e enchidos, os vinhos e o pão.
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Ao longo percurso do Douro há uma efervescência de sabores. Dos vinhos DOC Ribera del Duero, Cigales, Toro e Arribes del Duero (esta última num parque natural que faz parte da reserva da bioesfera), até aos premiados vinhos DOC Douro, ao vinho verde e, já a chegar à foz do rio, o famoso vinho do Porto, a primeira denominação de origem controlada do mundo e cuja região vinhateira já era explorada pelos romanos.
É também das margens do Douro que vem uma das iguarias mais apetecíveis, o Jamón Ibérico, bem como uma variedade de azeites de grande qualidade, de queijos e de pão.
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Aqui na margem do rio, a poucos quilómetros da sua foz, este parece-nos o sítio certo para uma viagem pelos sabores extraordinários e únicos do Douro.
Mas queremos fazê-lo de uma forma inesperada, uma viagem pelo tempo e pela vida, desde a juventude, passando pela maturidade e até chegar à velhice.